MDNA World Tour 2012

MDNA TOUR 2012!

HOJE! dia 1 de Julho Faz 1 mês em que a rainha do pop Madonna começou sua MDNA World Tour, aqui vai um pouco que
rolou em sua noite de estreia em Tel Aviv por Marcelo Macedo.


Madonna é extremamente interessada em assuntos que envolvam religião, espiritualidade (em verdade tudo o que envolva ‘diferenças’) e suas dúvidas e conflitos com estes temas estão presentes em toda sua obra.

Como todas as outras suas turnês já haviam mostrado, somente a abertura sempre espetacular de seus shows já vale o ingresso. Quando as luzes se apagam o palco é iluminado revelando uma lindíssima catedral. A qualidade dos telões é algo nunca antes visto. Além disso, são os maiores já usados em um show de música. Um enorme turíbulo é balançado por monges enquanto gárgulas e crucifixos surgem no palco criando um ambiente sombrio. Um canto gregoriano é cantado pelo trio basco Kalakan, vestidos de padres, enquanto os telões começam a se abrir. Do meio deles surge um confessionário com a sombra de uma Madonna armada e, como uma boa rainha, usando uma coroa dourada. Ela surge confessando seus pecados e dizendo que quer ser uma boa garota. Irônica logo na primeira aparição do show. Madonna se livra da coroa, golpeia o confessionário com o rifle, a catedral espetacularmente se desmantela, ela aponta seu arma ao público e inicia os primeiros trechos de seu mais novo sucesso, Girl Gone Wild, que abre o show deixando claro que ela tentou ser uma boa garota mas as coisas mudaram e ela quer mesmo é se divertir. Mais a frente em seu show, ela avisa que sabe que é uma pecadora e está muito feliz desta forma.

Os monges logo se livram de suas capas e dançam de salto alto mostrando que as mensagens que ela quer passar estão em todos os detalhes, muito além da música apenas. Madonna dança alucinadamente e a platéia vai ao delírio. As imagens nos telões mostram que vamos sendo tirados de um utópico paraíso renascentista e sendo transferidos para o inferno de Dante. Um lugar onde a vingança impera. Madonna canta Revolver apenas para fixar o clima e inicia uma das melhores músicas de MDNA, Gang Bang. Uma apresentação teatral onde ela mata diversos homens em um quarto de motel barato (ela é uma garota má, lembrem-se) para finalmente, no final da música, aniquilar seu amante. Tudo é muito violento com os telões mostrando todo o sangue que é espalhado por cada cabeça que ela explode. Mas o mais lindo da mensagem de Gang Bang é que após toda a apresentação de ódio, em que o próprio tom de sua voz é descontroladamente raivoso, ela canta que matou seu amante pois não sabe viver em um mundo em que ele não morra por ela. Pura arte. Na seqüência ela pede o perdão mas acaba presa (Para Don’t Preach, porque não?) mas acaba se livrando (Hung Up) e termina a épica abertura de seu show deixando ser elevada, deitada em um dos diversos cubos de led que sobem e descem fazendo toda a cenografia do enorme palco, a uma altura espetacular, com a imagem da cruz cristã em tom vermelho ao fundo enquanto canta que tentou ser uma boa garota mas, se ela não conseguiu, ela não está nem aí.

Após este início teatral, Madonna mostra um espetáculo extremamente visual em que os telões e inúmeros objetos cênicos ilustram toda a apresentação. Uma das partes mais impressionantes vem quando ela canta Give Me All Your Luvin’ e consegue fazer aquilo que a proibiram de fazer durante o Super Bowl. Para aquela apresentação, Madonna queria que a banda entrasse tocando bateria pelo teto, o que seria impossível naquele palco totalmente aberto. Pois bem, na MDNA ela conseguiu. Give Me All Your Luvin é uma música totalmente irônica. Muitos me perguntaram porque Madonna fez uma musiquinha pop tão adolescente, boba, que não combina com seus álbuns sempre inovadores. Bom, a resposta, como sempre está na letra. Give Me All Your Luvin é uma crítica a este pop meloso, sem substância e que se perde rapidamente que estamos ouvindo nos dias de hoje. “Todos os álbuns (pop) soam iguais, vocês tem que conhecer o meu mundo” canta ela na música. Madonna está há anos tendo que responder perguntas estúpidas sobre quem seria a nova Madonna, a nova rainha do pop e Give Me All Your Luvin é esta resposta: “Talvez você se dê bem (no mundo pop), contanto que você não minta para mim e tente ser aquilo que você não é”, diz a letra. Tá dado o recado?






Um dos pontos mais geniais do show acontece exatamente abrindo o caminho que se fecha com a mensagem acima. Madonna abre o segundo ato com Express Yourself, música cuja letra fala por si só. “Expresse-se para que você possa respeitar-se” talvez seja a melhor e maior mensagem de toda a carreira da cantora. Ela aproveita a oportunidade para dar uma resposta que muitos já fizeram a ela sobre as óbvias semelhanças entre esta música e Born This Way de Lady Gaga. Num ato inesperado para muitos, Madonna emenda uma música na outra. Enquanto ela canta a música da nova estrela pop, imagens de pequenos monstrinhos aparecem no telão comendo comida enlatada em cujos rótulos vêem-se imagens que fazem uma alusão a própria Madonna (o sutiã de cone) e a David Bowie (o raio que ele pinta em seu rosto). A mensagem é clara. Os little monsters, como Gaga chama seus fãs, estão comendo produto enlatado que não foi fabricado agora. Foi concebido há muito tempo e por outras pessoas. Lady Gaga se revoltou e fez um discurso se posando de vítima em um de seus shows alguns dias depois. Desculpe-nos Gaga, mas você pediu isso. Você muitas vezes mostrou que Madonna e Bowie foram fortes inspirações de seu trabalho, não custava nada assumir isso ao invés de deixar que o ódio de seus parceiros como foi o caso do fotógrafo Terry Richardson e de seus fãs se alastrasse da forma como aconteceu. Enquanto você se expressa com um discurso posando de vítima e seus parceiros o fazem demonstrando ódio em redes sociais, Madonna se expressou com arte. Apenas arte. Que diferença, né? Nada mais perfeito do que a sequencia desta parte ser justamente com Give Me All Your Luvin.

No ato seguinte, Madonna apresenta o trio basco Kalakan (lembram dos padres da abertura?). A vida inteira, Madonna sempre buscou trazer para o grande público novas expressões artísticas que não são muito divulgadas. Ela fez isso a vida toda e não foi só na música. Fez isso com fotógrafos, com grupos de música e dança, estilistas, designers, etc. Nesta turnê, foi a vez deles. Nesta parte do show, eles participam do clássico Open Your Heart e da nova Masterpiece, música que ganhou o Globo de Ouro de melhor canção este ano

Para finalizar, Madonna mostra um ato espetacular onde muitos dos ingredientes que a tornaram uma lenda estão presentes. Várias canções, de diversas épocas, fazem uma grande imersão em temas como religião, misticismo, família (sim, Rocco dança duas vezes com sua mãe neste show), moda e sexo. Clássicos como Justify My Love, Vogue, Human Nature, Like a Virgin (numa belíssima versão de tirar o fôlego) e Like a Prayer se misturam com fortes lançamentos como I’m Addicted e I’m a Sinner antes do show ser finalizado com Celebration numa enorme festa de luzes em que o entusiasmo e o vigor de Madonna levantam todo o estádio. Ela se confessou, assumiu seus erros, pagou seus pecados e finalizou como uma boa garota que, como qualquer outra, celebrou a vida e teve sua redenção. A revista Rolling Stone foi clara em sua crítica ao show: “Madonna mais uma vez nos entrega um espetáculo super pop inigualável. MDNA, como álbum e show, nos prova que ninguém faz pop provocante melhor que Madonna, e ninguém, até hoje, é tão cool fazendo isso.”

Não e atoa que ela e a Rainha do Pop né meus queridos!



Confira algumas fotos de sua Turnê.

Mega produção hein!

Madonna precisando citar gaga para aparecer...........

isso pra mim é muito baixo.........

não é coisa de rainha.......

Realmente parece ser o show